Segundo o inquérito Eurobarómetro, no topo da lista das preocupações ambientais dos europeus estão as alterações climáticas, seguidas da poluição e das catástrofes de origem humana.

Também a utilização de substâncias químicas em produtos de uso corrente e os organismos geneticamente modificados (OGM) na agricultura preocupam os europeus.

No relatório divulgado hoje é demonstrado que os europeus estão cada vez mais conscientes do papel que o Ambiente desempenha no seu dia-a-dia. Mais de 95% considera que é importante proteger o Ambiente e cerca de 80% acha que o estado do Ambiente influencia a sua qualidade de vida.

in sol.sapo.pt
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1 comentários:

  1. Anónimo disse...

    A formação de uma consciência ambiental teve o seu grande impulso nos últimos 30 anos, em particular nos anos 90. De meras iniciativas com apelo emocional e cientificamente pouco fundamentadas, as ideologias ambientais passaram a constar dos assuntos mais importantes da nossa sociedade. A tudo isto, não foi alheio a associação à causa da comunidade científica, incorporando as directrizes ambientais à geração tecnológica.
    Para um melhor enquadramento da notícia na situação actual, podemos falar de duas correntes ideológicas opostas, a geocêntrica e a antropocêntrica, existindo no meio, o chamado desenvolvimento sustentável. Passarei a explicar, resumidamente, no que consistem os movimentos acima referidos.
    Em primeiro lugar, a corrente geocêntrica parte da ideia de que deve ser o Homem a adaptar-se à Natureza e não o contrário. Os interesses das pessoas devem encontrar-se subordinados a todas as acções de prevenção das espécies e ambientes naturais.
    No plano exactamente oposto, temos a corrente antropocêntrica, para a qual o Homem tem a Natureza ao seu dispor, pois esta existe para a satisfação das suas necessidades. Não se defende qualquer tipo de limites éticos no uso dos recursos naturais e na intervenção e transformação do meio ambiente.
    É entre estes dois extremos que surge o desenvolvimento sustentável (artigo 66ºnº2 da CRP), onde o valor fundamental não é o primado da natureza, nem o primado da liberdade individual, mas sim uma responsabilidade intergeracional. Ou seja, a ideia de que é importante atender às actuais necessidades do presente mas sem comprometer o futuro das gerações vindouras.

    Passando aos dados estatísticos, este inquérito Eurobarómetro, mostra que 54% dos portugueses escolhe as alterações climáticas como a sua principal preocupação ambiental, vindo logo a seguir a poluição atmosférica (49%) e a da água (46%).
    Mais de metade (75%) dos portugueses separa o lixo, enquanto 35% diz que tenta reduzir o seu consumo de energia.

    Muito sinceramente, julgo que tudo isto se torna numa ilusão sem importância prática, pois embora 96% das pessoas considerarem que é importante salvar o próprio planeta (não deveríamos estar perante um numero de 100%?), muito poucos são os que estão dispostos a tomar medidas concretas e a alterar o seu próprio comportamento. Mudar hábitos como andar menos de carro e usar os transportes públicos ou comprar produtos ecológicos não prejudiciais ao ambiente, não fazem parte dos seus projectos. Resumindo, em geral, a maior parte dos habitantes não passa das boas intenções.
    A verdade é que os europeus preferem que alguém os obrigue a ter um comportamento ecológico, pois dois terços da população prefere esperar e apoiar as decisões relativas ao ambiente a nível nacional e europeu.

    Em Portugal, tem tido uma importância fundamental, numa maior consciencialização ambiental, a Constituição da Republica Portuguesa (CRP), assumindo uma terceira geração de direitos humanos em novos domínios da vida da sociedade, como é o caso do ambiente e da qualidade de vida. Para a CRP, a defesa da natureza e do ambiente, assim como promover a efectivação dos direitos ambientais, constitui uma tarefa fundamental do Estado (alíneas d) e e) do artigo 9º). Consagra ainda, expressamente o direito ao ambiente como direito fundamental (artigo 66º).

    Não me cria surpresa, o facto de a consciência ambiental europeia ter aumentado. Nos dias que correm, deixámos de considerar que as consequências ambientais só se fariam sentir a longo prazo. Todos os dias vemos calamidades naturais, aumentos da temperatura, de tal magnitude que não eram vistas desde há 5000 anos, o degelo dos glaciares, entre outros. Todos se indignam com o facto de as estações do ano serem mais irregulares do que nunca, parando pouco para pensar nas causas. Como a população em geral só se preocupa com aquilo que directamente lhes afecta, existe agora maior preocupação com o ambiente, decorrente de episódios como o das dunas da Costa de Caparica, cheias em todo o país e das praias do Algarve.

    Perante este cenário, é de crucial importância, a educação ambiental nas escolas, mostrando que devemos preservar o planeta, não o destruindo nem desperdiçando. Na minha opinião, cuidar do meio ambiente deve ser entendido como mais um dos princípios morais e éticos, sujeito à preocupação dos educadores (pais e professores, principalmente). Deve ser de afastar os discursos retóricos e desvinculados da realidade dos alunos, para evitar desinteresse ou mesmo uma indisposição contra as ideias ecológicas.
    Em suma, os estudantes tendem a tomar os seus pais e professores como modelos de vida, sendo por isso, a educação ambiental em casa e nas escolas, uma das mais claras formas de aumentar a consciência para os problemas ecológicos do nosso planeta.

    Termino com uma frase que gosto particularmente: “O que diferencia um génio de um homem comum do seu tempo é a capacidade de conseguir ver os anos à sua frente”.  


 

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