Fonseca Ferreira sustenta que a nova travessia rodoviária é desnecessária e afirma que ela comprometerá a política de transportes públicos

A construção do novo aeroporto internacional de Lisboa pode levar a margem sul do Tejo ao "desastre", se não houver uma "tolerância zero" no controlo da expansão urbana na região. O alerta vem de António Fonseca Ferreira, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e e Vale do Tejo (CCDRLVT) - entidade que coordena a articulação entre o desenvolvimento, o ordenamento e o ambiente na região.

O mesmo responsável é ainda frontalmente contra uma nova travessia rodoviária do rio em Lisboa. "Será contraproducente. Abandonaremos o transporte público definitivamente", disse ao PÚBLICO.

A localização do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, segundo Fonseca Ferreira, traz enormes oportunidades, mas também comporta grandes riscos. O principal é o de um desenvolvimento urbano desordenado e disperso da margem sul, algo que Fonseca Ferreira admite ter já resultado da construção da Ponte de Vasco da Gama, há dez anos.

Tolerância zero"Desta vez, ou somos diferentes ou vamos a caminho do desastre", afirma. As regiões ainda pouco urbanizadas da margem sul correm o risco de estarem, em dez anos, "como a margem norte ou como o Algarve".

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(edição de 21.03.2008; Ricardo Garcia)

1 comentários:

  1. Capuchinho disse...

    Deixo a intervenção do mesmo Presidente FONSECA FERREIRA feita no Diário de Noticias a 20 de Abril de 2008, isto é um mês depois:

    DN, 20 de Abri de 2008

    "Além de Alcochete e do Montijo, há mais sete concelhos que vão beneficiar directamente da instalação do novo aeroporto na Margem Sul do Tejo, acolhendo actividades logísticas industriais, de serviços e residências. Tudo ligado à actividade da nova infra-estrutura, disse ao DN Fonseca Ferreira, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo. São eles os concelhos de Salvaterra de Magos, Benavente, Coruche, Barreiro, Seixal, Almada e Palmela.

    Algumas das áreas de expansão já estão previstas no PROT (plano regional de ordenamento do território) Oeste e Vale do Tejo, documento já concluído, que deverá ser apreciado pela Comissão Mista de Coordenação (que envolve 86 entidades) a partir de dia 24, para depois entrar em fase de inquérito público, que durará dois meses. Um documento que só será entregue ao Governo em Setembro. Outras daquelas áreas estarão contemplados na revisão do PROT da Área Metroplitana de Lisboa, que deverá começar a ser preparada em breve.

    Fonseca Ferreira defende que junto ao novo aeroporto haja uma cidade aeroportuária, com actividades de apoio aeroporto e industrias e serviços relacionados com o transporte aéreo. Mas acha que essa "cidade não deve esvaziar Lisboa e não deve esquecer, em particular, três áreas que estão em stand buy em termos de requalificação na margem sul: as zonas da Quimiparque, Margueira e Siderurgia Nacional", respectivamente nos concelhos do Barreiro, Almada e Seixal. Além disso, considera que terá de haver "uma organização ordenada noutros concelhos em torno do aeroporto, que deverão acolher actividades não só subsidiárias de apoio aquela infra-estrutura, mas também outras de carácter económico e serviços".

    No Porto Alto, por exemplo, já existe hoje uma plataforma logística de distribuição. Mas com o aeroporto esta plataforma vai ser reorganizada e reforçada, prolongando-a por Samora Correia, Benavente e Salvaterra de Magos, refere o presidente a CCDRLVT. E associada a às actividades logísticas poderão surgir também algumas indústrias. Isto representa desenvolvimento económico nos concelhos de Benavente e Salvaterra de Magos.

    "Depois haverá um outro pólo fundamental, também logístico na península de Setúbal, em torno da plataforma logística do Poceirão, no concelho de Plamela. Esta plataforma que tem hoje 200 hectares poderá expandir-se ir até 600 hectares", explica Fonseca Ferreira .

    Já para Coruche está prevista a instalação de actividades e industriais e de serviços e de habitação de elevada qualidade. Porquê? Porque no parque industrial do concelho onde hoje já existe a fábrica da beterraba e algumas indústrias ligadas ao tabaco e cortiça poderão vir a instalar--se outras unidades que tenham a ver com o aeroporto. Para além disso, o plano prevê a também a possibilidade que alguns dos quadros do aeroporto escolham Coruche para vivere."No Barreiro deverão fixar-se também actividades industriais, até porque a zona tem condições de mão-de-obra e de acessibilidades para isso", tal como na zona da Siderurgia Nacional, diz Fonseca Ferreira.|"  


 

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